Nome da banda: The Anniversary
Nome do disco: Designing A Nervous Breakdown
Data de lançamento: 2000, Vagrant Records
Gênero: synthpop meio emo
Fator vergonha: 3/5
Momento vergonha plus: faixa 6, “Shu Shubat”: baladinha forçada completamente desnecessária.
Primeiro disco, aproveito o momento para fazer um prólogo sobre o que virá a ser este singelo websítio. Eu não sei vocês, mas eu sempre ouvi muita música e das mais absurdamente distintas estirpes; do mais erudito à mais baixa gastronomia musical, tudo fez parte do desenvolvimento sonoro deste par de ouvidos que carrego hoje. Se tenho o gosto musical que tenho é por que eu ouvi tudo isso, as tranqueiras e as pérolas, os tesouros e os escarros. E foi fuçando em tudo quanto foi música possível que criei meu próprio parâmetro do que é bacana e o que não é.
É muito fácil se perder quando se fala de música. Existem os xiitas unabombers, existem os ultraconservadores e puristas e existem também os que seguem pulando de tendência em tendência, escondendo atabalhoadamente aquele monte de discos que, por algum motivo desconhecido e de uma hora para outra, ficaram mega cafonas. Empurrando sua vergonha musical pra debaixo do tapete, né? Tsc tsc tsc….. Você é o que você ouve. You can’t run away from your dna. Então, vamos arregaçar as mangas, meter a mão nesse grande monte de *caca* e ver que tipo de pérola dá pra tirar. Se esses discos estão aqui, é por que eles são BONS, independentemente da SUA opinião.
caminhando em frenteeeee >>> Pois é. O primeiro disco do TABU SONORO não é dos mais vergonhosos. De fato, se você gritar no meio de uma festa “Eu gosto de The Anniversary”, provavelmente ninguém vai nem saber do que se trata.
O The Anniversary nasceu no Kansas em 96 e é grosseiramente rotulado como…… emo. Sim! Emo!! Esse termo EXTREMAMENTE vergonhoso sobre o qual muito vai se falar por aqui. O The Anniversary fala de sentimentos, tem levadinhas que ficam penduradas entre o punk rock e o hardcore e não é nada agressivo. Logo, virou emo.
Mas a verdade é que esses caras estão anos-luz do que se acabou se tornando a pecha emo nos últimos anos. O The Anniversary é encabeçado pela dupla Josh Berwanger e Adrianne Verhoeven, que tocam guitarra e teclado, respectivamente, e que cantam em praticamente todas as faixas do disco.
E no meio desse interplay entre uma voz masculina e uma feminina fica um ponto macio, um lugar quentinho onde as letras juvenis sobre relacionamentos e ansiedades reais pelas quais todo mundo já passou ganham vida. Tudo muito dinâmico, entrelaçado pelo trabalho melódico preciso de sintetizadores de Adrianne e pelas baquetas consistentes de Christian Jankowski.
O clima é de pôr-do-sol. De amassos no sofá da sala. Dirigir com os vidros abertos. Primeiros porres. Influências de Sunny Day Real State, Jawbox, The Cure, Pixies são sentidas em faixas que apresentam complexidade melódica o suficiente pra montar uns 26 fresnos. Destaque para “All Things Ordinary”, “The Heart Is A Lonely Hunter” e “Emma’s Discovery”.
TABU SONORO 